MEDITAÇÃO

Meditamos para conectar, num tempo e num espaço, só nosso. Para criarmos um momento de pausa no decorrer do nosso dia a dia em que nos permitimos ser e estar connosco próprios, abrindo-nos à experiência de vivenciar o presente, tal como é. Entrar no silêncio e voltar a nossa atenção para o interior, acompanhando a respiração como veículo de entrada é uma das formas mais comuns de o fazer. Desta forma permitimos que a nossa atenção assente sobre algo tão subtil e ao mesmo tempo constante, que nos acompanha em todos os momentos das nossas vidas que é a nossa respiração. 

O próprio ato de tomar consciência da respiração - inspiração, expiração e os entretantos que acontecem entre um e outro - permite-nos reconhecer e entrar em contacto com o que se está a passar cá dentro. Da mesma forma, ao tomarmos perceção do nosso estado interior conseguimos direciona-lo através do controlo sobre a nossa respiração. Os benefícios de esta e outras formas de meditação são imensos e estão descritos em inúmeros estudos e livros, podemos ler sobre eles e estudá-los o quanto quisermos, mas apenas quando praticamos é que podemos realmente experienciar os resultados nas nossas vidas. Há uma história contada por um mestre de um templo Shaolin, que fala sobre um homem, que vivia perto de uma montanha e todos os dias pensava "como é que seria subir aquela montanha e o que é vou ver quando chegar ao topo?" Finalmente o dia chegou em que o homem se pôs a caminho. Chegando ao sopé da montanha encontrou o primeiro viajante e perguntou-lhe "como é que subiste à montanha e o que é que viste lá de cima?" O viajante partilhou com ele o seu caminho e descreveu a vista que teve lá de cima. Mas depois o homem ficou a pensar "a maneira que este viajante me contou parece muito cansativa, preciso encontrar outra forma de subir" E assim, continuou a caminhar no sopé da montanha até encontrar outro viajante e o homem voltou a perguntar "como é que subiste à montanha e o que é que viste lá de cima?" E o viajante partilhou com ele a sua história. Não estando ainda decidido sobre a direção e o caminho a levar o homem perguntou a mais trinta pessoas, a mais trinta viajantes a mesma coisa, quando acabou de falar com todos eles, finalmente tomou uma decisão. "agora que tantas pessoas partilharam comigo o seu caminho e em especial o que é que viram de lá de cima, eu já não preciso subir". Para concluir esta história, podemos ver que há várias maneiras de subir à montanha e cada pessoa deve encontrar o seu caminho para o fazer! Em segundo, vemos que há informações, que podem ser partilhadas através da palavra, que descrevem a visão do cume da montanha, mas será impossível obtermos a visão de claridade que se tem a partir do pico se ficarmos no sopé!